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Matéria do jornal "O Popular" com a primeira noticia vinculada sobre a doença

MEU NOME É FRANCISCO EDILTON REINALDO NUNES. TENHO VINTE E SEIS ANOS E A MAIORIA DAS PESSOAS QUE UM DIA CONHECI DURANTE ESSE PERÍODO ESTÃO MORTAS. Não fui o responsável por isso. Falando sinceramente, acho que ninguém sabe ao certo quem foi o responsável por espalhar toda a coisa. Nem mesmo se houve um responsável. Talvez a coisa tivesse simplesmente desandado, fugido para fora dos padrões pré-estabelecidos pela natureza. Ou, quem sabe, ao invés disso, talvez esgueirou-se para fora, como um rato de laboratório fugindo das mãos predadoras do homem. De qualquer forma, isso não redime ou altera minha parcela de culpa, ainda que ínfima, nisso tudo. Portanto tentarei tratar sobre o assunto da maneira mais respeitável e sincera possível. Talvez minhas palavras soem um tanto quanto arrogantes as vezes, mas admito que trata-se apenas de um mecanismo de auto defesa, criado com o intuito de preservar o pouco de sanidade que ainda me resta. Diante dos acontecimentos recentes, creio que isso seja perfeitamente normal. É sinal de que ainda sou humano, passível de erros. Mas chega de lenga lenga. O intuito desse blog não é analisar meus distúrbios pessoais, e sim manter a população (faço isso na esperança de que haja alguma) informada sobre os acontecimentos recentes referentes ao que chamamos de “A praga”. Procurarei atualizar o blog diariamente, pois não sei até quando ainda poderei me dar ao luxo de usar a internet. Sem nenhum responsável pela manutenção das redes, são poucas as casas que ainda dispõem desse luxo. Tomarei o cuidado de imprimir todos os posts aqui publicados e guardarei uma cópia de segurança dos arquivos em um Pen drive, por precaução. Agora é hora de ir. Já é noite e eu ouço os passos deles lá fora. Preciso terminar de pregar as ripas nas portas e desligar o computador para que a luz não os atraia. Não é muito agradável ter que manter-se na completa escuridão quando a noite chega, mas com o tempo até com isso você se acostuma se quiser sobreviver.